"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura." - Charles Bukowski

15.12.13

ano do perdão

Mas tu é rápida heim guria? 

Este foi um ano de altos e baixos, de grandes revelações, ano de um grande amor, foi um ano de começos e de finais, foi um ano que minha fé na vida, em mim e na humanidade foram reforçados. 

Foi um ano de reconhecer grandes amizades, um ano de independência, liberdade, de me livrar de velhas prisões. 

Este foi um ano de me reencontrar, foi um ano realmente especial.

E 2014 começa como uma página em branco ansiosa por ser escrita, porque 2013 foi o ano do perdão. Porque eu me perdoei, perdoei meu passado, perdoei meus erros, minhas más escolhas e estou renovada para amar, para trabalhar, para ser quem eu merece e preciso ser. 2014 começa com um trabalho novo, com uma casa nova, com uma nova visão de mundo e de mim mesma. 

Eu sou rápida? Acho que não... 

5.12.13

O que eu quero

E de novo ando me perguntando o que eu quero. O que eu quero? Eu quero viver em paz, eu quero me sentir em paz comigo mesmo. Eu quero acordar pela manhã e ter a certeza que o que eu penso, quem eu sou e o que eu faço estão em harmonia.

Eu quero ouvir músicas que me acalmem quando eu quero estar calma, músicas agitadas quando eu quero me agitar. Eu quero um mate amargo logo cedo, uma comidinha saborosa pra almoçar, um amigo pra aconselhar ao entardecer, um vinho bom e um livro de cabeceira para terminar bem o dia.

Eu quero ter clareza para não aceitar brigas desnecessárias, quero um carinho na nuca, um beijo na testa e um abraço pra me esconder. Quero alguém pra cuidar e risadas sinceras.

Quero a liberdade de ser livre. Quero ser eu sempre.


5.11.13

Disputa perdida

Fico espantada quando uma pessoa me diz que só poderá ser feliz se eu for feliz e quando lhe digo que estou feliz, ela me chama de perdida e é incapaz de reconhecer a paz que a auto aceitação me traz.

Ai eu pergunto:  - Mas o que é ser feliz pra ti? E qual é a resposta que eu recebo? Um vazio, um imenso vazio. E essa pessoa se acha no direito de julgar a minha paz? A minha auto aceitação? A minha felicidade? Me diz que eu devo ser uma pessoa melhor, e eu de novo a questiono: - Melhor em quê? - Ah tu sabe, é o que ele me responde, não eu não sei o que é melhor pra ti, e não tenho como saber o que tu espera de mim, a não ser que tu me diga, que tu diga a ti mesmo o que espera de mim, o que espera de ti.

Eu lhe digo, tu não me ama, tu ama um modelo pré estabelecido de filha que tu criou, tu não me aceita, tu não aceita minhas qualidades, e nem  meus defeitos. E a única coisa que eu não gosto em ti é isso:  é tentar me enquadrar num modelo mental de comportamento que tu criou, onde questionar tua autoridade é a pior ofensa que uma pessoa pode fazer.

E eu simplesmente me nego a obedecer ordens sem entender seus fundamentos. Preciso ser convencida da finalidade de ordens. Eu questiono, quero entender, consigo obedecer sem concordar, mas preciso dos teus argumentos ,teus fatos, teus dados. Não aceito ordens sem fundamento. Não aceito porque sim, nunca aceitei. E se o único argumento que tens é o respeito que te devo como filha isso é apelar pro lado sentimental. É golpe baixo! É duvidar da minha capacidade de compreensão e da minha inteligência, é me subestimar.


Sei que estou exigindo de ti uma compreensão de coisas que talvez tu nunca tenha parado pra pensar. Uma vez tu me disse que assiste novela, e televisão e nunca achou nenhum personagem parecido comigo, e talvez a resposta seja essa mesma, porque não há. Porque eu sou eu, penso com minha própria cabeça, e penso, penso e penso. Só te peço que aceite que eu penso a respeito de tudo, que eu sempre terei opinião sobre tudo, que sou assim mesmo, uma chata que não consegue parar de pensar na melhor maneira de fazer as coisas, que precisa entender a si mesmo pra conseguir ter motivos pra levantar da cama. Que precisa saber qual o destino da viajem para conseguir pegar a estrada, mesmo que o destino venha a mudar, ele precisa estar traçado, não sei entrar no carro e simplesmente vagar, como tu fazes e por vezes descobre estradas tão belas, destinos inesperados, é isso consigo te entender, consigo ver beleza na tua maneira de conduzir as coisas, de ser, mas pedir pra eu dirigir da tua maneira é me mutilar, assim como pedir pra que tu dirija da minha é te mutilar. Não vejo solução pra esse nosso embate, pois nem um embate deveria ser. Se tu não me visse como uma inimiga, mas apenas como uma aliada, se tu não visse tudo como uma disputa de quem é que manda, de quem tem razão, de quem é o melhor e ouvisse o que eu penso sem esse peso. Porque não verdade não existe só o certo e o errado, não há apenas dois caminhos há vários,vários caminhos.

Eu preferiria viver no mesmo caminho que o teu, levar adiante o que tu construíste com tanto amor, empenho e dedicação, mesmo nunca sabendo ao certo o que estavas construindo. Mas tu me pede pra pegar a direção, nós dois aceitamos isso, mas quando eu simplesmente ajusto o retrovisor pra pegar a estrada, tu já me diz que está tudo errado, que sou incapaz de guiar, me julgas tanto sem nem ao menos ter me deixado tentar. Confesso minha incapacidade de te fazer entender que a única coisa que eu quero é que tudo fique em paz. Que tu seja feliz, e que aceite que a meu jeito de ser é muito diferente do teu, que a minha maneira de conduzir as coisas será diferente, nem melhor, nem pior, apenas diferente.

Pai fazer desses nossos desentendimentos disputas faz de nós dois derrotados. Essa guerra nunca terá vencedores, mesmo que eu me resigne e te obedeça, tu sairás ganhando? Ou perdendo?

7.10.13

A delícia de fazer 31 anos

E na minha festa de aniversário de 31 anos, um amigo me perguntou:
- E aí aniversariante, como é fazer 22 aninhos?
Eu sem pensar muito respondi:
- Ah 22 é chata, agora 31 é uma delícia!

E é exatamente essa a sensação que sinto quando me deparo com o momento atual que estou vivendo.
Me sinto em paz comigo mesma, tranquila, segura, serena. O que eu digo vai ao encontro do que penso, do que sinto do que faço e de como eu faço. Não sinto culpa de ser quem eu sou. Me respeito. Respeito minhas vontades, mesmo as vezes não concordando com elas.
Vivo a vida e me delicio nela e com ela.

Deixei pra traz a arrogância da adolescência dos 22 anos, deixei pra trás aquela menina que tinha opinião pra tudo, que tinha certezas de mais. Aquela menina que achava que entendia tudo.
Hoje com 31 anos, respeito, mesmo quando não entendo, quando não me entendo. Não tenho mais certeza de nada, só tenho dúvidas, mas estou em paz com elas.

18.9.13

Querer

Eu não quero cobranças, e não quero cobrar;
Não quero problemas, e sim soluções;
Não quero angustias, nem medos;
Quero admirar e ser admirada.

Não quero sofrimento, mas como evitá-lo?
Quero viver, mas nunca quis tanto fugir.
Te quero pra mim com uma única condição:
Que me queiras também.



31.8.13

Definições...

Fiz uma amigo no na política, e tenho a mania de me colocar no lugar das pessoas mesmo não sendo minhas amigas, imagina um amigo, pois bem, porque digo isso, este amigo hoje ocupa um cargo importante no município, acabou por enfrentar uma enchente de grandes proporções, cerca de 3000 mil casas foram atingidas, entre 10 a 15 mil pessoas foram expulsas de seus lares pela força das águas, e perderam o pouco que tinham. Sempre gostei de política, gosto de política, de lutar pelos meus direitos, de tentar construir uma sociedade mais justa e coletiva. Essa tragédia mexeu mais do que eu supunha comigo, me vi na posição oposta, me vi sendo uma política, com cargo no executivo, como eu agiria no lugar desde meu amigo? Me vi pensando como a instituição prefeitura, me vi preocupada com o direito de uma, ou meia duzia de pessoas em detrimento a 15 mil... Quando tive esse pensamento inesperado, percebi que é inevitável ao se entrar em um sistema, lutar contra ele. A resolução tem que ser de fora pra dentro. Fiquei aliviada por não ter me candidatado na últimas eleições, fiquei aliviada por não fazer parte de um executivo ingênuo, que serve apenas para apagar incêndio e não para previni-los. Fiquei aliviada por não fazer parte de um executivo que tenta curar uma fratura exposta com band-aids.
Para se enxergar um problema é preciso olhá-lo com certo distanciamento, se eu entrar no sistema perco esta vantagem. Percebi que não quero entrar para o sistema, quero melhorá-lo. Quero um sistema mais justo que trate as pessoas com um mínimo de dignidade. Quero uma sociedade que se preocupe com o bem coletivo. Uma sociedade solidária de fato. Um governo que pense em melhorar as condições de vida de qualquer que seja o individuo, rico, pobre, branco, preto, velho ou novo. Uma governo que olhe, veja e toque as pessoa! Quem sabe um dia...
Me reconforta que existam outros amigos de alma, amigos do bem, amido de A LIGA DO BEM que compartilham do meu sentimento, da minha utopia, que não me deixam só neste longo caminho a percorrer. Durmo mais tranquila em saber que hoje também sou da liga do bem e não do governo municipal. Que posso fazer política, e ajudar a quem precisa.


28.8.13

Encontro



 Me destes teus olhos,
 por eles vi tua alma;
Minha alma se encantou com a tua.


Dei-te minhas palavras,
tuas palavras se encantaram com as minhas;
Me destes tuas palavras.

Me destes tuas trilhas,
te dei meu escutar;
Te dei meus sabores, 
me destes tuas receitas.


Dei-te minha inspiração,
Virei à musa
Sonhei com as tuas promessas
Acordei com a tua realidade.

25.8.13

Julieta Venegas - Lento (MTV Unplugged)


Lento

Si quieres un poco de mí
Me deberías esperar
Y caminar a paso lento
Muy lento

Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento, más lento.

Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.

Si quieres un poco de mí
Dame paciencia y verás
Será mejor que andar corriendo
Levantar vuelo

Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento
Cada vez más lento.

Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.

Si me hablas de amor
Si suavizas mi vida
No estaré más tiempo
Sin saber que siento.

Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.



Felicidade

O que a gente escreve quando está feliz? Que está feliz? Mas a felicidade não se escreve, não se explica, a felicidade se sente, se vive.
O simples anunciar que sinto-me feliz torna, isto que não consigo definir, tão fugaz. "Olhar" para a felicidade não é como contempla-la, é como procurar algo que nos desvie de aprecia-la. É procurar cabelo em ovo, é procurar culpas pra se lamentar. Dizer que se é feliz é como anunciar que se é um pecador. A felicidade se senti sozinho e em silêncio. Não se anuncia e nem se proclama por medo que ela se lembre que não nos pertence e se vá. Por isso não sei escrever quando sinto-me assim, que não me atrevo a dizer novamente por receio que ela me abandone e eu volte a ter milhões de ideias e sentimentos confusos.
E a vida segue mais serena e mais tranquila neste aprender a não ter medo deste sentimento que me invade e me liberta, desse sentimento que me permite em casa estar comigo mesma.
E em casa eu pretendo ficar, e voltar quantas vezes forem necessárias, porque felicidade não importa quantas vezes tu fujas de mim, hei de sempre te encontrar.



4.8.13

Mais de mim, mais do mundo

Da minha incapacidade de me contentar surge uma dor no final do estômago, uma necessidade de mudar as coisas, de questionar tudo, de achar sentido em tudo, de captar intenções.
De entender o mundo, de compreender as pessoas, de conhecer a mim a mesma. Minhas angustias, meus descontentamentos, minhas razões e meus desvios.
Quero mais de mim, quero mais pra mim, quero mais do mundo, quero mais pro mundo.
Mais o que?
Mais sabedoria, mais humanidade, mais felicidade, mais solidariedade, mais amor, mais compreensão, mais humildade, mais inquietação, mais inconformação.
Boa semana!

9.6.13

A arte de bem viver é saber se reinventar sempre, acho que não está dando muito certo, me reinvento a cada nova manhã e não ainda não estou vivendo bem. 
Está difícil ser original.

26.5.13

Mais que sexo

Eu não quero sexo,
eu quero mais
Eu quero pele,
Eu quero Tesão,
adrenalina,
olho no olho,
tapa na cara,
dominação.

Eu não quero um marido,
muito menos um pinto amigo,
eu quero um amante,
que também seja amigo,
e nem precisa ser meu.

Eu não quero sexo, eu quero mais
eu não quero amor eterno, basta carinho,
eu não quero fidelidade, basta respeito,
eu não quero segurança, somente cuidado
eu não quero certezas, prefiro as dúvidas.

Boneca inflável

Estou triste, não sei o que pensar, não que eu crie expectativas com relação as pessoas, mas não há como não criá-las.

Estou cansada, cansada de como pessoas tratam pessoas, cansada de ser descartada. Cansada de não poder chorar, de fingir que tudo isso é normal, fingir que tudo vai ficar bem, de fingir que estes fatos não me forcem a me fechar cada vez mais. Estou enjoada, com vontade de vomitar no colo dele, no colo dessa gente que finge que tudo vai ficar bem.



Eu não entendo ser apagada da vida de alguém como se eu não tivesse sentimentos, ou como se eles não existissem. Não consigo entender dormir sendo abraçada em um dia e no seguinte ser despachada, como se estivesse sendo esvaziada como uma boneca inflável.

Não sou a  fortaleza que pareço ser, cada pedra causada é formada por lágrimas de dor e revolta. A cada centímetro erguido muita fragilidade é escondida.

11.5.13

O que de fato importa?

Na minha maratona de não fazer nada, da qual entrei há mais de dois dias... pois é, acho que ando tendo mais uma das crises de ansiedade....
Bom, mas vim escrever sobre o que de fato importa quando fazemos algo. Na realidade venho me questionando sobre qual o sentido de se fazer algo do tipo: escrever, cantar, fotografar... Algo que inevitavelmente terá alguma espécie de público. Qual a real motivação de fazer algo? A pergunta que quero me fazer a dias é: eu escrevo porque quero ser lida? Esta é fácil de se responder, sim, escrevo porque quero ser lida. Acho que a pergunta que está me fazendo pensar mais fundo é: por quem eu quero ser lida? Quero ter muitos leitores, e virar escrava disso? Não definitivamente não escrevo procurando aprovação, escrevo porque quero eternizar pensamentos, momentos emoções, mesmo que a única pessoa que irá lê-los serei eu mesma, ou melhor outra eu.

Porque a maioria das pessoas perdeu a espontaneidade de simplesmente ser? Porque todos querem ser amados e aceitos por todas as pessoas do mundo? Aonde fica o individualismo?
Eu escrevo para meu deleite e satisfação, e não vou fazer disso mais uma obrigação, muito menos virarei escrava da aprovação de quem me lê, e isso é uma promessa que selo aqui comigo mesma.


15.4.13

Bóson de Higgs

Quando me deparei com a notícia de que o Bóson de Higgs, provavelmente, foi identificado, não consegui parar de pensar na frase que ouvi do meu orientador: "Não me surpreende o fato de encontrarmos exatamente os resultados que estávamos procurando". Isto é, nossos equipamentos e previsões são baseados nas mesmas teorias, logo obter resultados que a comprovem é assim tão surpreendente?
Um dos pontos que eu acho mais importantes da mecânica quântica é o papel que o observador exerce sobre o resultado final do experimento. O simples fato de existir um observador "olhando" para o experimento modifica o resultado. O que sempre me questiona: o mundo que vivemos é assim por que estamos olhando pra ele?
Em meu entendimento é exatamente isso. O observador não pode ser isolado do sistema, ele faz parte dele. Lógico em grande escala isso é irrelevante, mas cada vez que diminuímos a escala, ou olhamos com uma lente de aumento, o nosso papel não pode ser mais ignorado.
Qual é a real importância dessa "provável" descoberta? É o que eu estou tentando descobrir também.

Post escrito em 18/12/12, estava nos meus rascunhos.

12.4.13

Roots

Tu é muito "roots" me diz um amigo ao saber que fui assistir ao jogo grêmio x fluminense, pela taça libertadores da América, sozinha e peguei o metrô, sozinha, para ir e para voltar ao estádio. Fiquei pensando, será que sou realmente "roots", ou "louca" qual a Flavinha me definiu, ao saber do mesmo fato?
Não vivemos numa sociedade onde homens e mulheres tem direitos iguais? Se um homem fosse sozinho ao estádio eles teriam a mesma reação? Eu sinceramente acho que não.

O fato é que cheguei num ponto que não deixo de fazer nada do que tenho vontade por falta de parceria. Não estou disposta a perder nada dessa vida efêmera por medo de fazê-lo sozinha. Ir ao estádio sozinha nunca foi um problema, mas desta vez decidi não ir de carro, mas ir de metrô, pedi a minha irmã que me desse uma carona até a estação e lá fui eu, confesso que fiquei tensa, mas ao entrar no vagão dei de cara com dois conhecidos, e já me tranquilizei, ufa, pensei, a ida será tranquila.

Após uns 40 minutos de viagem, enfim chegamos a estação Anchieta, desci e junto com centenas de outros gremistas caminhamos cerca de 1,5 Km até a Grêmio Arena, tudo muito tranquilo, policiado, e repleto de vendedores ambulantes. Entrei no estádio, encontrei minhas amigas do núcleo das mulheres gremistas, que assim como eu, adoram ir ao estádio sozinhas, gritam, xingam o juiz e o técnico, e só falam palavram para desopilar e no estádio!

Ao final do jogo, me despeso das meninas, uma de 70 e outra de 50,  Dione, a "tia" e  Sandra, rapidamente me dirijo as escadarias da arena, e me surpreendo com a velocidade com que o estádio é esvaziado, e sem atropelos, sem pontos de aglomeração, tudo livre para facilitar a evacuação rápida do estádio, caminho no sentido da estação Anchieta, agora não com centenas, mas com milhares de torcedores, e o caminho de volta é ainda mais seguro e policiado. Chego a estação passo meu bilhete e entro no vagão, a esta altura semi lotado. De fato, 90% do vagão é composta com pessoas do gênero masculino.

Em nenhum momento fui desrespeitada, apenas senti sim alguns olhares curiosos, com pontos de interrogação do tipo: "Ué, mas ela está sozinha?" E nada além disso, desembarquei na estação Santo Afonso a 1:08 da madrugada, desci as escadas rolantes e procurei o primeiro táxi livre, embarquei e cerca de 15 minutos depois cheguei em casa, confesso que muito feliz. Não com o resultado do jogo, empate em 0 x 0, mas com a percepção de que eu vivo numa sociedade livre, que me permite ser um ser humano do sexo feminino e ter os mesmos direitos de ir e vir de qualquer cidadão. E vivenciar que  muito do machismo ainda existente é simplesmente sensação.

E eu não sou louca, talvez "roots" por ter a coragem de experimentar, de colocar a prova o sistema, de correr os riscos. Medo? Tive medo? Confesso que sim, mas o medo que tive, acredito que teria mesmo se fosse homem, o medo da insegurança, de ser assaltada, não por ser mulher, mas por ser cidadã, por ser humana, não por ser mulher.

Sarah Menezes, de azul, ao vencer a luta, que lhe dei a medalha de ouro olímpica em 2012.

1.4.13

Cansei do imperativo

Dá pra mudar a convenção da língua portuguesa e excluir uma conjugação verbal pra sempre?
Porque eu estou cansada do imperativo. Estou farta de tanto ler: seja isso, seja aquilo, faça isso, estude mais, fale menos, ouça mais, seja mais paciente, emagreça, não beba.
A vida é curta, e o tempo encolhe a cada verbo conjugado no imperativo que eu leio, ou escuto. 

Ser é uma questão de princípio;
Fazer só depende da força de vontade;
Estudar é pra que tem vocação;
Falar é uma arte absurdamente necessária;
Ouvir com sabedoria é raro hoje em dia, e um dom, sua exigência descaracteriza o fato.
Ser paciente é questão de tempo...
Emagrecer imposição desleal e cruel; 
Beber com moderação;

Refletir antes de agir conforme a mídia e sociedade te imperam pode ser um caminho, pra fugir desse dedo apontado na cara. Pensar é a maior arma que temos para sobreviver sadios, nesta sociedade impositora e doente. 

Boa semana, que amanhã minha paciência me permita ser mais pondera, menos irritada, e mais serena!

Segunda-Feira

Eu costumava adorar as segundas-feiras, sempre tive problemas com as sextas... Sempre associei as segundas aos recomeços. E como amo, amava, recomeçar as segunda eram sempre magnificas. Época de planejar, de vislumbrar uma semana melhor que a anterior, via a evolução a minha frente.

Nos últimos tempos as segundas estão mornas, sem graça, acho que estou ficando sem perspectivas de curto prazo. Meus planos de longo prazo estão encaminhados, lentamente estão acontecendo. Mas estou sem objetivos curtos, ou estou particularmente sem paciência nesta segunda-feira, primeiro de abril.


19.3.13

necessidades imensas de escrever...

há zilhões de assuntos precisando de palavras escritas para fazerem sentido... Há tanto sentido que precisa ser desfeito.

Saudade de entender enquanto escrevo. Saudade de mim enquanto escrevo, saudade apenas de escrever.

5.3.13

TRAGÉDIA OU ASSASSINATO?

Dizer que o que ocorreu em Santa Maria, na noite de 26 de janeiro de 2013 foi uma tragédia, é simplificar um assassinato em massa. É jogar no acaso a culpa de muitos brasileiros responsáveis pelas 240 vítimas, até agora.
Algumas vezes já expressei o que penso sobre o jeitinho brasileiro de ser. Que a terrível mania de burlar leis, filas, prazos, em benefício próprio é corrupção. E deve ser encarada como tal, esses 240 jovens foram brutal e cruelmente assassinados, e os responsáveis devem sim ser punidos rápida, mas principalmente coerentemente.
Deve haver uma investigação séria e idônea dos fatos que levaram a essa chacina. Mas cuidado, não podemos ser levianos e fazer justiças paralelas. Possuímos, apesar de não confiarmos cegamente, um poder judiciário, soberano. Só podemos condenar os culpados a cumprir suas penas, após um julgamento justo. A justiça será feita? Não, nenhuma pena fará justiça neste caso.