"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura." - Charles Bukowski

19.12.14

Ano de ajustar o prumo

Se 2014 começou tal como uma folha em branco, ele termina com tanta história começada. Que ano esse 2014!!! E fico feliz que estejas no fim, me trouxe muitas surpresas, algumas ótimas, outras nem tanto, e tu se finda imbicando o nariz para águas mais calmas... Que venha 2015, e que sejas mais calmo e sereno, e que minhas previsões estejam corretas e tu me tragas águas tranquilas pra navegar.

Espero colocar em prática os planos arquitetados em 2014. Que o Armazém K prospere e satisfaça cada vez mais clientes e alimente corpos e almas. Que o meu plano alimentar possa se concretizar e eu consiga cuidar da minha alimentação e saúde. Que escrever vire rotina e eu consiga investir nesse meu lado que amo tanto e tanta paz me traz. Que minhas contas sejam pagas uma a uma e eu termine 2015 sem dívidas. Que o amor me encontre e seja leve e não seja breve.






7.9.14

Por onde eu andava que não conhecia Rubem Alves???

Acabei de assistir um documentário sobre Rubem Alves que me tocou meu coração e falou muito claramente com posicionamentos que tenho a cerca do mundo, pessoas, religião, educação, envelhecer, eutanásia, e tudo isso em apenas 45 minutos. Algumas frases ainda não foram completamente assimiladas.

No link você terá acesso ao documentário: Rubem Alves, o professor de espantos.
Que é um primor, delicado, doce com uma música impecável.

"Não desejo que você simplesmente entenda o que eu escrevo, entender é um ato racional. O que eu quero é que meu texto seja comido antropofagicamente. Quero que você sinta meu gosto. Desejo que meus leitores ao lerem meus textos fiquem com olhos semelhantes aos meus, assim eles verão o mundo da forma que eu vejo, e as palavras, se tornaram, então, desnecessária."
Rubem Alves.


Preciso lê-lo urgentemente fiquei espantada com a genialidade e a lucidez deste mago brasileiro.

E eis que descubro este texto lindo:

“Educação do olhar”, por Rubem Alves


“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!” – e, ao falar, aponta.
O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu.
Seu mundo se expande.
Ele fica mais rico interiormente.
E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria – que é a razão pela
qual vivemos.
Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação –
mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à
importância do olhar na educação, em qualquer deles.
A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É através dos olhos que as crianças tomam contato com
a beleza e o fascínio do mundo.
Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades. Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.
Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar as crianças.
Elas ainda têm olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.
Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore, ou para
o curioso das simetrias das folhas.
Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.
Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro
da gente.
Jardins bonitos há muitos, mas só traz alegria o jardim que nascer dentro da gente.
São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver.
Elas não têm saberes a transmitir.
No entanto, elas sabem o essencial da vida.
Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.”

Texto de Rubem Alves

21.8.14

Relacionamento

Eu não quero um namorado, eu quero mais!
Eu quero um companheiro, que também seja amigo,
Não quero uma relação morna, quero paixão, mistério,
Mas também quero paz e carinho.

Quero um colo pra deitar, um ouvido que escute, e um abraço que me esconda.
Quero um parceiro que me acompanhe, que seja livre e me queira livre
Que não precise de mim, mas queira mesmo assim dividir a vida comigo.

Que ame viajar e provar novos temperos, vinhos e cervejas.
Que goste de escrever e ler o que eu escrevo.
Que tenha sensibilidade pra entender o apreço que tenho na minha melancolia

Que goste de tomar banho junto e dormir de conchinha pelo menos até eu pegar no sono.
Que goste de me escrever sacanagens ao longo do dia.
Que fale palavrão e tenha defeitos dos quais se nega a abrir mão.

Que me instigue, me aguce, me deseje, me valorize
Que eu admire e respeite, que me ame e que eu o ame também.
Que mesmo nesse mundo insano queira ter filhos e criá-los comigo.

Que tenha medo de relacionamentos mas que tenha coragem suficiente para se entregar de corpo e alma em um.



7.7.14

Novos desafios

A cada novo dia me convenço que a felicidade só encontra quem decide ser feliz. Eu decidi ser feliz. E depois de muito lutar, principalmente comigo mesmo, percebi que só parando de brigar é que a felicidade te encontra.

A felicidade é um estado de espirito, não é a ausência de problemas e de conflitos, os meus sempre existiram e irão continuar, o que mudou foi a minha capacidade de resolvê-los, ou mesmo de não me deixar abater com a presença deles.

Essa nova fase da minha vida é com certeza a mais feliz, e eu nunca tive tanta dívida, nunca tive que resolver tantos problemas, nunca estive tão dona do meu nariz, e comprometida comigo e com meus projetos. Mas também nunca fui tão leve com meus defeitos e meus erros.

Meu armazém K me desafia a cada novo dia, não é fácil, mas quem disse que seria?

A vida dá voltas e a gente se reinventa sempre, estou me reinventando de novo, me reinventando aonde acredito que serei mais realizada. Muitos já disseram que seria pouco pra mim, será mesmo? Não quero mais o mundo, quero o meu mundo com paz, principalmente a de espírito.

Estava com saudades de escrever, ainda estou, e provavelmente ainda ficarei por um tempo grande, pois meu novo projeto vai exigir muita dedicação e tempo, por um tempo longo. Mas assim que sobrar um tempinho volto pra contar como as coisas estão andando.

Tenho que ir, estou atrasada, é preciso correr a favor do tempo desta vez.

Boa semana!
E me desejem sorte!


17.6.14

Falência do sistema judiciário brasileiro

Este senário de guerra civil que se vê nas ruas das nossas cidades vem sendo anunciado há tempos sem que nenhuma mudança ocorra. Medidas paliativas são tomadas, apaziguasse os ânimos, até que a dor daqueles que tem todos os dias seus filhos, seu marido, sua esposa, seus amigos ceifados de nossa convivência se torne rotina.

O sistema judiciário brasileiro é injusto e cruel com toda a sociedade. Não pune, não castiga, não reabilita. Não isola quem não sabe conviver em sociedade. E nós sociedade pagamos um preço alto demais, pagamos com nossas vidas, com nossa intranquilidade. Não vejo outra perspectiva que não voltarmos ao olho por olho, dente por dente se mudanças radicais não forem adotadas.

Hoje perdi um colega de escola, que talvez nem lembrasse de mim, mas eu lembro dele e sua morte me lembra que a cada novo dia sou quem poderá virar estatística.

Vá em paz Gabriel, e que Deus, se ele existe que cuide de nós e da tua família!

19.3.14

Joaquim Pessoa

Acho que me apaixonei por mais um autor... Não consigo parar de ler suas poesias! Joaquim Pessoa


Viver é...Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo.
Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida. Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera.
Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde.
Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. A vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções.
A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas.

http://www.citador.pt/poemas/a/joaquim-pessoa

17.3.14

Vida

Nunca me senti tão inteira. Não me falta nada. Até lágrimas não me faltam. Essa sensação de plenitude é nova, estranha, acolhedora, mas confesso que um "pouquito" desconfortável.


Tenho vontades, mais que vontades, eu as torno realidades. Tudo parece ter mais sabor, mais tempero. Até cuidar da casa é bom. Até lavar a louça é gostoso. Até a rotina anda me fazendo um bem.

Tenho conseguido afastar de mim aquilo que não me convém. E tenho deixado por perto aquilo que me faz bem. Não sei se é auto-conhecimento, determinação ou felicidade, mas que é bom, lá isso é!

15.3.14

Só Paixão

A minha pele só sente o teu toque
Meus olhos só enxergam os teus,
Minhas palavras só percebem as tuas.

Meu olfato persegue teu cheiro
Minha língua saliva teu gosto
Meus ouvidos anseiam tua voz, língua e dedos

Tu despertas minha líbido, meu melhor, meu pior
Até a tortura da tua ausência me dá prazer
Tua presença afasta a solidão de ser um só
Me permites inteira, me queres inteira
Saboreia minha intensidade e me pedes mais
Deseja minha vontade e me pedes mais
Se deleita de mim, comigo, em mim, enfim...

Kelen Trentin

Encontrei essa poesia e achei justo guardá-la aqui!

Assim me perguntaste, 
assim te respondi: 
tudo é paixão.
Como não lamber 
da tua pele, o mel 
que o desejo fabrica?
E como a minha boca 
não recolher o néctar 
da tua boca?
Ou como não sorver 
das tuas mãos o pólen 
da ternura?
E se, em vez de paixão, 
for sexo apenas, 
ou loucura?
Pode até não ser amor. 
Mas, seja o que for, 
não é pior.
Joaquim Pessoa
in “Ano Comum"




14.3.14

Acho que me identifiquei...

"Não te apaixones por uma mulher que lê, por uma mulher que tem sentimentos, por uma mulher que escreve. Não te apaixones por uma mulher culta, maga, delirante, louca. Não te apaixones por uma mulher que pensa, que sabe o que sabe e também sabe voar, uma mulher confiante em si mesma.
Não te apaixones por uma mulher que ri ou chora quando faz amor, que sabe transformar a carne em espírito; e muito menos te apaixones por uma mulher que ama poesia (estas são as mais perigosas), ou que fica meia hora contemplando uma pintura e não é capaz de viver sem música.
Não te apaixones por uma mulher que está interessada em política, que é rebelde e sente um enorme horror pelas injustiças. Não te apaixones por uma mulher que não goste de assistir televisão.
Não te apaixones por uma mulher intensa, brincalhona e irreverente. Não queiras te apaixonar por uma mulher assim. Porque quando te apaixonares por uma mulher como esta, se ela vai ficar contigo ou não, se ela te ama ou não, de uma mulher assim, jamais conseguirás ficar livre."

Martha Rivera Garrido 

PS: Não conhecia a autora, fiz uma pequena pesquisa e achei possível este trecho ser dela. Eis o site que encontrei: http://subocaessumedida.wordpress.com/biografia/

Achei também este trecho em espanhol, sua língua mãe, e sabe que eu gostei mais, então vou deixá-lo aqui com tudo que mais amo, em ler, escrever, recitar e o que me faz pensar!

"No te enamores de una mujer que lee, de una mujer que siente demasiado, de una mujer que escribe…
No te enamores de una mujer culta, maga, delirante, loca.
No te enamores de una mujer que piensa, que sabe lo que sabe y además sabe volar; una mujer segura de sí misma.
No te enamores de una mujer que se ríe o llora haciendo el amor, que sabe convertir en espíritu su carne; y mucho menos de una que ame la poesía (esas son las más peligrosas), o que se quede media hora contemplando una pintura y no sepa vivir sin la música.
No te enamores de una mujer a la que le interese la política y que sea rebelde y vertigue un inmenso horror por las injusticias.Una a la que le gusten los juegos de fútbol y de pelota y no le guste para nada ver televisión. Ni de una mujer que es bella sin importar las características de su cara y de su cuerpo.
No te enamores de una mujer intensa, lúdica y lúcida e irreverente.
No quieras enamorarte de una mujer así.
Porque cuando te enamoras de una mujer como esa, se quede ella contigo o no, te ame ella o no, de ella, de una mujer así, JAMAS se regresa."

11.3.14

O que eu quero? Again?

Oh yeh, Again... A pergunta que me move é: O que eu quero? Hoje eu quero não repetir meus erros, eu quero ter o controle sobre as minhas reações, não reagir por impulso. E nem entrar em disputas desnecessárias, quer disser não aceitar "duelar" por disputas em que eu já sou a vencedora. Me lembrei de uma ex-funcionária de 16 anos, que achava que trabalhava mais que eu, e ficava competindo comigo o tempo inteiro, eu sem me dar conta acabei entrando na disputa, me pergunto hoje: porquê? Eu até sei as respostas, mas não hei de entregá-las tão fácil assim, ou melhor ando me controlando mais, afinal eu não preciso provar nada pra ninguém...
E o meu melhor eu reservo apenas pra quem merece.

8.3.14

O que é ser mulher?
 
Não sei ao certo, ainda estou descobrindo, e todas nós estamos nos descobrindo e nos reinventando e acreditando em finais felizes sempre. Dizem que todas as grandes mudanças no mundo foram feita por nós, mulheres, não sei ao certo, porque os livros não nos contam nossas histórias, nossas lutas, nossas conquistas.




Mulheres seres altruístas por natureza, seres formadores por natureza, temos a vantagem de realizar motivadas não pelo mérito das conquistas, mas pelo prazer de ver a obra pronta!
Somos guiadas por um instinto de auto preservação que por muito tempo fez com que deixássemos os louros de nossas conquista para os homens mais vaidosos que nós. Espero que este tempo esteja chegando ao fim, e que nossas conquistas possam ser nossas por direito, mérito e honras!




Que nada te defina mulher, que nada te sujeite mulher, que nada te limite mulher, que a liberdade seja tua própria substância. Que tu continues a te tornar aquilo que tu quiseres! E passe a te orgulhar das tuas conquistas!

O meu desejo para este 8 de março de 2014 é que os livros de história contem mais sobre a nossa história, nossas lutas, nossas prisões e abnegações. Porque afinal nós somos as mães desta sociedade!

E que como disse um amigo: “Que os ventos da igualdade continuem a tocar nossos corações”

Feliz dia internacional da mulher


3.3.14

Um lugar na janela

Ganhei o livro da Martha Medeiros de presente de aniversário. O comecei a ler antes de uma lista grande pois empaquei no livro do Bukowski, contos de um velho safado. Sabe quando a leitura não desanda, não rende? Pois é, acredito que quando isso acontece com um livro é porque não estamos prontos pra ele. Achei que estava precisando ler algo leve, pra me divertir, fui a minha pequena, mas crescente biblioteca e optei pela Martha, já li Divã, de autoria dela, li no mesmo ano que enfrentei meu divorcio, e o livro parecia escrito pra mim, apesar da grande diferença de idade da personagem principal e eu. Um lugar na janela relatos de viagem inicia muito bem, contos de viagens antigas da Martha, entramos em contato com uma adolescente, disposta a se descobrir e encarar seus medos, se desafiando, conhecendo pessoas, os primeiros contos são ótimos, desafiadores, nos faz querer fazer uma mochila e zarpar para Londres, repensei minha impressão sobre Santiago. É uma pena que ao longo do caminho a adolescente dá lugar a uma mulher de meia idade que começa a se tornar pedante, cheia de manias e de controle, se desafia quase por obrigação e não por prazer. Perde a curiosidade do olhar juvenil e dá lugar a uma mulher que acha que já conquistou tudo na vida, que se acha no direito de olhar o mundo pelas suas lentes, que ao contrário do que pensa estão carregados de preconceito.
O livro termina enfadonho, terminei porque na minha vida, de uns tempos pra cá, tenho me esforçado realmente em terminar aquilo que começo. 
Terminei o livro com a certeza que não quero me tornar essa mulher de meia idade com medo dos medos que ainda tem, quase paralisada diante da vida, satisfeita com a posição de contadora de histórias. Eu quero continuar  sendo a protagonista!

5.2.14

Go Writers, segunda impressão

 A maneira como eu construía um texto foi de fato desconstruída! As palavras são sagradas, templos é preciso respeitá-las. Cada uma é um diamante bruto e o modo de organizá-las torna-as joias, ou pó, o lápis é a mesma ferramenta que lapida, dá brilho ou esmigalha, esfarela o sonho de um texto.

Divirta-se, transforme o exercício e o hábito em algo divertido e prazeroso. É isso que o "GO WRITERS" faz por ti. A Cris Lisboa transborda paixão em cada palavra que escreve, lê e fala, e como fala!

O Hábito leva a perfeição, como na escrita não há perfeição, o caminho é o destino, e a regra é não ter regra. Permita-se, experimente, apaixone-se, alumbre-se, modifique-se e goze, não no fim, durante, durante!




4.2.14

Go Writers

Ontem comecei um curso de escrita criativa. Esta é a primeira vez que invisto na minha formação como escritora. O desafio é tornar a escrita um hábito, entender e exaurir a técnica, para desconstrui-la de modo que o nosso eu criativo aflore. Gosto da proposta. O desafio é escrever todos os dias, utilizar o papel, mas acho que crio muito melhor na tela do que no papel, prefiro o teclado a caneta, descobri-me escritora na tela, foi aqui que deixei aflorar muito da minha personalidade, foi aqui que me descobri criativa e foi escrevendo por aqui e descobri a escrita e me entender pela escrita. Foi no computador que fiz meus diários, e escrevi bobagens, não tenho cadernos antigos, minhas confidências não estão em papel, estão na tela, armazenadas na nuvem e disponíveis em qualquer lugar que tenha internet. Escreva primeiro, edite depois. Saia da zona de conforto. Não gosto destas frases imperativas, é engraçado uma pessoa falar de processo criativo, e querer impor o processo criativo dela, como se a única maneira de criar fosse a que ela descobriu. Eu não gostei do primeiro dia. Fiquei com a impressão que a professora/escritora se acha a pessoa mais criativa do mundo, e melhor escritora do planeta. Age como se soubesse todas as respostas, não está aberta e nem tenta sair da zona de conforto, não cumpre o que nos pede. É muito difícil ser criativo sob pressão e a crítica só piora o processo e não o incentiva.



Espero sinceramente estar errada. Espero ser convencida que minhas impressões estão equivocadas e minha escrita realmente evolua, e que eu consiga atingir alguns dos objetivos que tracei para 2014. Não quero fechar minha mente à novas ideias e novas maneiras de criar e pensar, mas...




2.2.14

Civilidade, coletividade e individualismo

Fomos capazes de criar uma sociedade coletiva, com serviços que atendem demandas coletivas e particulares de cada cidadão ao mesmo passo formamos pessoas altamente individualistas. Vivemos numa sociedade aonde o bem individual está acima de qualquer demanda coletiva.
Estamos involuindo como sociedade organizada, cidadãos estão cada dia mais egoístas, incivilizados e reclamões. Em situações de crise é que percebemos a reais valores de uma sociedade. Meus conterrâneos me decepcionam quando invadem redes sociais indagando sobre resoluções de problemas pontuais. Indagando sobre quem pagará o SEU prejuízo e esquecendo o prejuízo de tantos outros. Não se importando com prioridades,  tem atitudes passivas frente a sua própria vida, só existe proatividade na hora de reclamar, melhor exigir que seus serviços sejam restabelecidos, por que afinal ele paga por eles. E o dinheiro é o Deus dessa sociedade falida, e que caminha a passos largos para uma anarquia generalizada.

Posso esta r, ou melhor, estou sendo extremista, mas minha visão de longo alcance me permite enxergar esse futuro sim, e o vejo cada dia, ou a cada nova crise, mais próximo. É preciso reeducar a população ensinando-lhe civilidade, compaixão, empatia e ética. Precisamos reinventar nossa sociedade, e nossos valores, precisamos valorizar nossos serviços tão custosos, e tão frágeis. Inverter essa filosofia do EU posso tudo, para o NÓS juntos podemos ainda mais.

Nossa sociedade é baseada na comunicação, certo? Pois é, o que mais demorou a ser estabelecido por aqui depois do fenômeno meteorológico denominado microexplosão foi justamente nossos sistemas de telefonia e internet, tivemos que voltar ao bom e velho rádio. A água depende da energia, e para restabelecer a rede elétrica precisa-se colocar em pé cerca de 100 postes por aqui. O trabalho vai ser duro durante essa semana. E que estas crises nos deixem ensinamentos, pelo menos me deixam alguns ensinamentos: é preciso treinar e capacitar pessoas para agir no automático em tempo de crise e informação precisa ser compartilhada.

O desejo de uma sociedade coletiva pode ser utópico, mas me levanto pela manhã por essa utopia. Por acreditar que uma nova sociedade é possível.

23.1.14

Cortina de Retina

Mudei o blog, achei que era chegada a hora de dar uma roupagem nova para este querido espaço. Uma vez que a  ciência foi sendo escanteada, quer dizer a ciência que se destacou foi a do auto conhecimento por aqui.
Este espaço tem sido encantadoramente meu refúgio, e talvez minha fonte de maior aprendizado.
Descobri no escrever um prazer inestimável, descobri no escrever um modo de me desacelerar e me entender. Descobri no escrever como me tratar com carinho e a cuidar de mim. E o escrever eu descobri aqui.

Dizem que os olhos são o espelho da alma, e acho que os meu olhos andavam encobertos por um véu, uma cortina. Cortina de Retina se refere a esta janela de percepções que temos a respeito do mundo e de nós mesmos. 

Não tenho a intenção de mudar nada por aqui além do nome. Não vou prometer publicar com mais frequência, e nem me fixar em algum tema. Quero que continue tudo como estava, essa bagunça que são pensamentos. Já escrevi por aqui que não tenho a pretensão de agradar ninguém, além de mim. Este espaço continuará a ser cultivado para meu deleite e satisfação, sem regras ou limitações, sem imposições, culpas ou cobranças.

Como me disse um amigo esses dias:
 - Kelen tua mãe não passou mel em ti, passou pimenta, só fica quem aguenta.
E sabe que eu acho que ele está certo. E como não gosto de mel mesmo, gosto de pimenta, que dá sabor, tempero e sede... Vou levando a vida e o blog assim...




Amor ou fuga?

Bem eu te amo, e já te disse isso, mas tem pessoas que realmente tem medo da vida, tem medo de viver algo realmente sincero e profundo com alguém que as percebe e esteja disposta a viver e abrir mão de algumas coisas em função de um relacionamento. Tem pessoas que por medo de sofrer ou por saber que não podem retribuir da mesma maneira sincera o sentimento a elas dado preferem se fechar e priorizar a vida profissional e para isso estão dispostas a abrir mão da felicidade! E esta felicidade pode nunca mais bater a sua porta. Dessas decepções eu não serei frustrada.
Porque não queres encarar comigo essa possibilidade seja de fato o real motivo por eu querer tanto, e de fato tu estejas certo em fugir. Porque é preciso muita coragem para ficar ao meu lado e aceitar o fato de eu querer muito e exigir sempre. Não é qualquer um que aguenta enfrentar esse barra. Medroso és isso que és, gosta de mim a ponto de querer-me ao teu lado, mas não tem culhões de me assumir, como mulher que sou! Tem medo da concorrência, da disputa, do incerto e da minha liberdade e das minhas certezas. Achas que podes tudo, enganasse e sabe disso, a imagem que vendes, não é nem de perto aquilo que és, tens de fato uma capacidade grande de aprendizado e lidas bem com o que deves fazer, mas não te permite pensar livremente e fica preso a amarras que te definem por medo de te descobrires de fato.
E perdeu-me, perdeu-me para os teus medos, as tuas inseguranças, a tua indecisão. Eu nunca fui e nunca serei frustrada, pois nunca desisti de nada sem tentar e não me arrependo de nada dessa vida, tudo aconteceu no exato momento que precisava acontecer...

22.1.14

Saindo pela tangente

- Tu já amou alguém?
- Eu acho que...
- É tu não amou...
- Mas fulano eu poderia ter amado.
- Já começou errado.
- Tu só entra em relações que tu consegue deixar a trilha de saída. Tu precisa te entregar. Precisa dizer e viver tudo que há sem ter a data de saída pré-estabelecida.
- Mas com ciclano eu experimentei uma construção diferente.
- Mas olha ali a saída preparada.
 - É acho que nunca amei...

Será que as barreiras que criei ao meu redor são tão altas assim? Será que só deixo se aproximar quem eu julgo que não pode me machucar? Acho que não é isso. Acho que simplesmente defino a saída, quanto mais visível ela foi, mais intensa foi a minha entrega. PQP, agora tudo parece fazer sentido. Será que nunca amei? Ou será que apenas nunca me entreguei sem visualizar a saída? Será que amar é apenas entregar-se?  Será que amar é apenas não ter controle? Mas será que alguma vez eu tive o controle?

Estou tentando lembrar de uma frase que me foi dita ontem, e ela não aparece.  Quando tu visualiza a solução de um problema, ele perde a graça e tu parte pra outro... E será que eu faço assim com as pessoas também? Enquanto elas tem um mistério, elas me interessam, na medida que desvendo o mistério elas também perdem a graça?