Porque a lua aparece avermelhada no eclipse total?

Não falei o pôrque da lua ficar avermelhada quando está completamente sob a sombra da Terra e a pergunta não tardou a surgir. O motivo é o mesmo que faz a luz do sol parecer alaranjada, por vezes avermelhada, ao entardecer. A luz ao entrar na atmosfera da Terra é refratada e parte dela é absorvida pelas moléculas dos gases que compõem nossa atmosfera, a luz vermelha, que possui um comprimento de onda maior, portanto uma energia menor, sofre menos absorção e portanto é a luz mais refletida pela atmosfera. 

A luz proveniente do sol é branca, portanto poli-cromática (poli = muitas, cromática = cores), composta por "todas" as cores, quando esta luz branca passa pela atmosfera da Terra é refratada, isto é sofre um desvio na sua trajetória porque passa por um meio mais denso (a luz branca viajava pelo vácuo até encontrar as moléculas que compõem nossa atmosfera), este desvio é proporcional ao comprimento de onda da luz (para os leigos, depende da cor da luz), fazendo com que a luz se divida, uma vez que cada cor sofre um desvio diferente. A trajetória da luz de cor vermelha possui o menor desvio. Então por que só a luz vermelha chega na lua? Porque as "outras cores" são absorvidas pela atmosfera (não consegue atravessá-la). E é por isso que ao por do sol podemos observar o céu com uma cor alaranjada, no por do sol a luz  precisa atravessar uma fatia muito mais espessa de gás. Para entender melhor o que acontece durante um eclipse visite o hipertexto.

Para entender melhor o fenômeno da refração, quem não conhece a clássica capa do álbum The Dark Side of de Moon (1973) do Pink Floyd? Onde um feixe de luz branca incide sobre um prisma e na saída temos um arco-íris? O que a atmosfera da Terra faz com a luz do sol é exatamente a mesma coisa que este prisma. (PS: repare que o arco-íris da capa do álbum está invertido, nele a cor que sofre o maior desvio é o violeta.) 

Newton foi o primeiro a demonstrar que a luz branca é composta por todas as cores. Ele conseguiu difratar um feixe de luz branca e obteve um arco-íris, e além disso misturou as cores e formou luz branca (disco de Newton). 

Eclipse

Essa noite acordei as 3:45, maldita insônia! Quando liguei o computador e no twitter um dos TTs era o eclipse lunar, confesso que uma ponta de felicidade me acometeu, corri para a janela, na grande expectativa de visualizar o eclipse total da lua, que ocorreu na madrugada passada. Quando olho pela janela consigo ver apenas uma pontinha da lua, e muitas, muitas nuvens encobrindo quase toda a visão... Mesmo com o céu encoberto resolvi configurar minha câmera e esperar que a lua aparecesse, bem na verdade desaparecer... infelizmente não vi nada além de nuvens.

Aproveitando o tema lunar para postar uma linda foto que fiz, com uma câmera cibershot 3.2 de MPixels sem zoom digital, no Observatório do Campus do Vale (OCV), localizado acima do DAEF (diretório dos estudantes de física). Um grande amigo é astro-físico e me convidou para acompanhá-lo na calibração do telescópio em janeiro deste ano. O céu estava limpíssimo e conseguimos observar a lua e saturno.

 As fotos foram obtidas simplesmente focando a objetiva da câmera digital na ocular do telescópio.O que podemos ver nesta imagem é apenas uma parte da lua, ela não coube inteira no campo de visão da ocular do telescópio. O que vemos escuro são as paredes da ocular e não o contorno da lua.

Conseguimos fotografar Saturno. É incrível a visualização dos anéis de. Poder observá-lo é uma sensação incrível, mesmo tendo visto milhares de fotos e desenhos nunca acreditei que os anéis fossem visíveis nos telescópios. A imagem é de baixa qualidade, não consegue traduzir a beleza de observá-lo ao vivo, no entanto serve pra garantir boas lembranças do experimento.

Outra foto da lua, entra no roll das minhas fotos prediletas, eu a fiz no Moro de Santa Tereza, Rio de Janeiro, em agosto de 2008, a câmera é um pouco melhor, uma Canon semi-profissional de 8 MPixels.

Já que não pude ver ao vivo e acredito que vocês também não vejam o eclipse!

créditos. Lembre: se for copiar qualquer conteúdo da internet e publicar como se fosse seu é plágio.  

Epígrafe

Já me peguei várias vezes pensando no porquê ser uma cientista e as respostas que encontro sempre tem como núcleo motivador a curiosidade. Não é raro ouvir  meus tios contando como eu era chata quando criança, porque nunca conseguiam sanar a minha curiosidade infantil, e acabavam sempre me calando com um sonoro PORQUE SIM KELENNNN. Impossível deixar de correlacionar essa curiosidade infantil com a curiosidade científica.

Acredito que de alguma forma essa é a motivação principal em me tornar uma cientista: querer entender como funcionam as coisas. Lógico que características pessoais influenciam e determinam qual profissão irá escolher. No caso da carreira científica a questão é ainda mais tênue, porque um cientista não deixa a profissão no local de trabalho; isto é, mesmo em casa, se divertindo, um cientista continua a ser cientista.

A curiosidade, a determinação, a persistência e a paciência são essenciais para aquele que almeja seguir nesta carreira, que é linda, mas por vezes ingrata. Fico feliz que a paciência é uma qualidade que se pode cultivar com maior facilidade, pois acredito que destas preciosas qualidades talvez seja a que mais almejo.

Hoje escrevi a epígrafe da minha tese, aquela frase que antecede a abertura do trabalho, escolhi uma frase do Newton que ajuda a definir minha curiosidade infantil frente a ciência.
Em primeira mão aí vai ela:
"Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o fato de encontrar de vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece completamente por descobrir à minha frente." Issac Newton

Essa frase me foi lembrada recentemente por um colega professor substituto como eu e veio a calhar, já fazia algum tempo que eu procurava uma frase que cumprisse o papel. Obrigada colega professor!

Fico devendo um pouquinho da história do Newton, um cientista como pouquíssimos na história, um gigante!

A pontinha da cabeça da um alfinete....

Nesta semana os astrônomos anunciaram a descoberta da maior estrela já detectável., Encontrei no maravilho mundo da  internet  este gif fazendo uma comparação entre os tamanhos dos planetas e estrelas conhecidas. em comparação a essa estrela.  A imagem fala por si só! Curtam!!!

Em uma aula os alunos me especulavam sobre as minhas crenças, perguntaram-me se acredito em Deus, a minha resposta foi a seguinte: nós não somos mais do que meras flutuações estatísticas, no entanto complexos de mais para sermos meras flutuações estatísticas!

Correção: Que feio esqueci de colocar os créditos pelo gif!!! Eu o retirei desse site: http://fuckyeahtheuniverse.tumblr.com/ aproveito para indicá-lo nele existem imagens belíssimas do nosso universo!

Dica, dica

Você gosta de ciência e quer conhecer a história do BIG BANG? Quer saber um pouco mais sobre a história da ciência que levou a essa grande descoberta?
Leia o livro BIGBANG de Simon Singh, editora Record, neste livro o autor consegue inacreditavelmente falar sobre ciência e história da ciência de um jeito simples, sendo fiel a ambos. Não é necessário ser um físico, ou profissional das exatas, para compreendê-lo. O livro apresenta desde as discussões religiosas, da formação da terra, até as construções dos grandes aceleradores de partículas, como forma de comprovar a teoria do modelo padrão.




site do livro:
http://www.simonsingh.net/Big_Bang.html

Ligou-se a luz!

Meu aluno me enviou, por e-mail, esse link http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/07/telescopio-espacial-mostra-luz-mais-antiga-do-universo.html, pois em aula estávamos conversando sobre as constantes da natureza, recaímos nas descobertas de Planck sobre a quantização e nas de Hubble, pela comprovação de que o universo está em expansão. A aula foi divertida. Falamos sobre as previsões Maias para 21 de dezembro de 2012 (pode render um post), mas o mais importante, foi que ao menos um aluno eu motivei, já é o suficiente para ter a sensação de que a minha parte estou fazendo. O link me motivou a escrever algumas linhas e partilhar a informação. Aproveitem!

Para quem possui um bom conhecimento sobre o "big bang" e quer saber um pouco mais sobre a imagem acima acesse o site: http://arsphysica.wordpress.com/2010/07/06/satelite-planck-completa-mapa-de-um-ano/

DICA:Este é um site que eu recomendo. Ele é editado por físicos, na maioria estudantes de doutorado em física em instituições internacionais. Meu único porém é sobre o nível de conhecimento prévio requerido, um pouco elevado para um site de divulgação.


Nossa querendo escrever de uma maneira, clara, coerente e mais do que tudo correta, tenho tremenda dificuldade, pois a quantidade de conhecimentos prévios para entender essa imagem é tão grande, que teria que escrever um post sobre cada frase utilizada no link anterior. Bom vou partir do pressuposto que você leitor tenha tido uma boa formação em física no 2º grau. Você sabe o que são átomos, e que eles são compostos de elétrons, prótons e neutróns, certo? E sabe também que toda a matéria que conhecemos é composta por essas unidades básicas de matéria que são os átomos? Já é um excelente começo. 


A teoria do big bang nos diz que toda a matéria que existe no universo foi formada de uma grande explosão, ela estava confinada em um espaço muito reduzido, e há 13 bilhões de anos explodiu e deu-se início um processo s
de expansão. Inicialmente a matéria não estava organizada na forma como a conhecemos hoje,a temperatura do universo era extremamente elevada, impedindo as partículas de permanecerem unidas, com a expansão, o universo começou a esfriar, ao atingiu 3 mil graus célcius os elétrons que estavam vagando livremente se combinaram  com os núcleos atômicos, dando origem aos átomos de hidrogênio e hélio. No instante em que os átomos foram formados a luz, ondas eletromagnéticas, existentes no universo deixou de sofrer colisões tão frequentes com a matéria. A luz pode então viajar longas distâncias sem sofrer interferência. Esse resfriamente aconteceu depois de 420 mil anos passados do Big Bang, isto é há 13 bilhões e meio de anos. 


Esta que foi a primeira luz a viajar livremente atingiu o telescópio Planck para formar a belíssima imagem acima. Esta luz é a mais antiga do universo, pois a primeira que podemos identificar, não podemos obter informações de radiação anteriores a ela pois o universo era opaco antes da recombinação. Esta luz está vagando pelo universo, sem sofrer interferência a 13 bilhões de anos. 


Esta imagem é tão importante pois é o mapeamento de toda a radiação de fundo do universo, na verdade o que podemos observar dele. Não se engane, nesta imagem a coloração é apenas uma forma de mapear as diferenças de temperatura da radiação detectada. Outra informação importantíssima é a variação de densidade que podemos observar. A obtenção dessa imagem é mais uma peça no quebra-cabeça da ciência na tentativa de desvendar de onde viemos. 


Essa imagem foi obtida pelo telescópio Planck, ele foi projetado para detectar a radiação de fundo do universo, o seu nascimento. Com essas informações pretende-se testar hipóteses, modelos, sobre a origem do universo, esse é 
site da Agência Espacial Européia (ESA), responsável pelo projeto.

EDITORIAL CENA 1, TOMADA 2

Este é o post inaugural, deste que se propõe ser um blog para tratar de ciência, de uma maneira não convencional. Como assim não convencional?  Espero ter a ciência como tema principal e permear os textos com conteúdos de meu interesse pessoal. Quem eu sou? Sou física, um pouco frustrada com a graduação, com o doutorado, que preciso acabar, no entanto completamente apaixonada por física, ciência, descobertas, inovação. O que gostaria de  fazer é escrever com uma linguagem simples e descomplicada assuntos que permeiam nosso cotidiano e estão cheios de ciência e não nos damos conta. Esse será o foco deste blog, intitulado assunto ciência.


Nessa empreitada de escrever sobre ciência, tecnologia e afins, espero ter como parceira minha grande amiga Carine, a musa inspiradora, a primeira a escrever sobre divulgação com as minhas insignificantes pesquisas enquanto bolsista de iniciação científica. Carine é a amiga mais antiga, fomos colegas na 4ª série, sempre nos cruzamos pela vida, ela sempre disse que seria jornalista, eu nunca disse que seria, ou me vi como alguma coisa, ela fez curso técnico de plásticos no segundo grau, eu científico com uma formação mediana em exatas, eu escolhi física pelo simples fato de não me ver fazendo outra coisa a não ser estudar, ela, como sempre disse, tornou-se jornalista, hoje mestre em ciências políticas, minha segunda opção no vestibular. Éramos parceiras no clube de ciências da 5ª série, do qual fazíamos parte apenas para ficar perto dos meninos, nunca poderíamos imaginar que daquele grupo incrível apenas nós duas tenhamo-nos tornado cientistas. No tabuleiro da vida nunca sabemos quais serão as peças ou as jogadas mais importantes.


A idéia deste blog surgiu numa mesa de bar regada a muita Zillertal, que para os leigos em cerveja, é uma cerveja Uruguai saborosíssima, suave e refrescante. A escolha da cerveja foi proposital, estávamos comemorando a passagem as quartas de final da Celeste (seleção Uruguaia), com uma vitória nos penaltes em cima da seleção de Gana. Nem comentamos a desclassificação do Brasil pra a Holanda. Como podem ter percebido não poderei separar dos meus textos o que sou e aquilo que amo, logo podem esperar muita ciência descontraída, mas verossímil, sem deixar de lado muito futebol, cerveja, música, ficção científica, cinema, e por aí vai.


Podem esperar posts longos e com muita informação, mas também quero divulgar idéias legais, sugestões simples, coisas legais. Podem me sugerir idéias, dicas estamos abertos.
Espero que gostem e sejam bem vindos!