"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura." - Charles Bukowski

11.7.15

Vida

Curiosidade é a minha força motriz. Entender, aprender á meu maior prazer. Me deleito ao descobrir, ao aperfeiçoar uma técnica, um texto, uma pessoa. Sou apaixonada pelo o que está por vir, pelo que desconheço. Até pelas partes minhas que ainda quero desvendar ou construir. Amo o processo de construção, amo o trajeto e o presente.
Até onde estou disposta a andar por este caminho?
Não sei percorrer os mesmos caminhos, não suporto repetir os mesmos erros. Tenho aversão a histórias repetidas. Amo o novo, a novidade, o inesperado, a descoberta. Amo estudar os mapas, as rotas, as curvas e as dificuldades, porque, talvez eu já tenha aprendido que apenas encarando nossas dificuldades podemos merecer as recompensas da vida. Um amigo me disse: - Olha só como a vida tem sido generosa contigo! A minha vontade era responder: - Até que enfim. Foram muitos obstáculos encarados e superados. Eu apenas sorri, sorri como forma de reconhecimento, como agradecimento por ele me lembrar e me fazer apreciar o momento de extrema incerteza, mas de inúmeras estradas sendo abertas na minha vida.  E como disse o poeta: "...A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce..." Eu Amo a exigência e a generosidade, a dureza e a ternura, o doce e o amargo porque eu amo a vida e sou apaixonada por vivê-la e inventá-la a cada nova manhã!

10.7.15

Algumas lições que a vida me ensinou


  1. O que tu quer e o que te realiza podem ser coisas diferentes e até antagônicas.
    Se tiver dúvidas sempre escolha a realização, ela é o único pagamento que te fará levantar da cama pela manhã pra trabalhar depois dos 30.
  2. Tentar agradar as pessoas não vai te ajudar a conquistá-las, na realidade quando fazemos algo para alguém motivados por sentimentos genuinamente nosso e não para agradar, não criamos expectativas e qualquer agrado, ou "retribuição" que possa vir te preencherá  muito, muito mais.
  3. Seja você mesmo sempre, mas não agrida ninguém pra isso. Pois é as vezes acontece porque as pessoas são contraditórias e criam expectativas em cima de você, muitas vezes até tentam te dominar, procure aguçar seus sentidos para perceber intenções por trás de gestos e palavras, elas estão sempre lá.
  4. Não é criticando ninguém que você fará com que a pessoa mude. Se precisar aconselhar alguém lembre-se de se colocar no lugar dele, esfrie a cabeça antes de falar e comece sempre, sempre elogiando.
  5. Não somos responsáveis pelo que os outros esperam nós. Nascemos  pra buscar nossa felicidade, e não para agradar os outros e muito menos nos encaixar em algum modelo de comportamento. Todo mundo erra, é humano, não tente ser perfeito, viva!)
  6. Nunca abra mão do que te traz felicidade. Hoje estar em paz é o maior motivo da minha felicidade, o curioso é que ando me sentindo mais em paz sozinha;
  7. A solidão e a melancolia são minha maior inspiração; Aprendi a apreciar meus momentos tristes, a curtir eles, a torná-los produtivos. Então a solidão passou a ser algo necessário, como o ar, e não mais um martírio;
  8. Pense com sua própria cabeça. Se questione sempre os reais motivos dos teus desejos, identifique as fontes, tenha certeza que eles vêm de dentro da tua alma. Então os viva e não se culpe. A sociedade quase sempre está errada, não ligue para o que é "aceitável";
  9. Se você desistiu de algo ou alguém não significa que você é um fracassado, levante, sacuda a poeira e tente de novo, procure aprender sempre com teus erros, eles serão tua maior escola.
  10. O sofrimento sempre é um processo interno. O que você sente é teu, pode ser que mais ninguém sinta da mesma forma. Não somatize. Tenha sempre uma válvula de escape. A minha é a escrita, qual a tua?

30.6.15

Sobre a polêmica Zeca Camargo e a comoção sobre a morte de Cristiano Araújo

Quem está preso em geral não enxerga as grades!

Zeca Camargo fez uma crônica sobre as proporções absurdas em torno da morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo. Que eu compartilhei inclusive, pois ela ressonou com os meus pensamentos. Segue a crônica!

Como São muitas plataformas de vídeos nessa web lógico que não consegui mostrá-lo aqui! Mas segue o link do vídeo na página da globo news, onde foi veiculada a crônica do Zeca!

http://globotv.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/v/cristiano-araujo-arrastava-multidoes-pelo-interior-do-pais/4283896

Vivemos numa sociedade maniqueísta e preconceituosa. Quando temos opiniões que destoam da maioria somos tachados de ignorantes, e olha só "PRECONCEITUOSOS". Foi o que aconteceu com Zeca Camargo que foi limado e linchado publicamente por ter apresentado sua opinião. Ele não desmereceu o trabalho do Cristiano, não disse que não tinha valor. Ele apenas disse que não era original, que seguia uma formula pronta de sucesso. E fez um meia culpa, afirmando que isso era um problema da nossa sociedade. Que também não aprecia obras, músicas originais. Melhor ainda as trata com hostilidade. Com a mesma hostilidade que Zeca pode sentir na pele.

Quem está preso não enxerga as grades!

Gente olha só: eu gosto de música sertaneja! Eu me divirto ouvindo! No meu carro o DVD que não sai é o do Jorge e Matheus! E sim eu achei absurda a comoção e a cobertura da morte do cantor Cristiano Araújo. Só o tempo poderá me/nos responder, mas eu aposto que em 5, 10 anos ninguém se lembrará dele ou de suas músicas! Ele não construiu uma obra imortal, que seguirá  além dele. Era sobre isso que Zeca se referia quando comparou suas músicas com os livros de colorir!

E se a gente precisa explicar tanto assim, é porque tem algo de muito errado com nossa sociedade que anda cada vez mais surda, cega e muda!





22.4.15


Fala, Amendoeira



Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza - essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão - névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios eléctricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o tronco. Nenhum desses incómodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom - cor final de decomposição, depois a qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse - fala, amendoeira - por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:- Não vês? Começo a outonear. É 21 de Março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono.Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.- E vais outoneando sozinha?- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.- Somos todos assim.- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exactamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.- Não me entristeças.- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.


Carlos Drummond de Andrade - Fala, amendoeira (1957)



4.3.15

Tempo de Amadurecer

Ouvi hoje cedo a Martha Medeiros e o David Coimbra comentando na gaúcha sobre a crônica de comportamento humano, publicada hoje, 04 de março de 2015, da Martha Medeiros e começo a minha, com a frase que Martha encerra a dela: "E se a ética vier a ser o nosso forte, em todas as camadas da sociedade." Escrever sobre política ou sobre comportamento humano no meu modo de ver o mundo é falar exatamente sobre o mesmo assunto. Não é possível separá-las a maneira como as pessoas se relacionam é o que faz a política, afinal nós humanos somos seres sociais e políticos por natureza, o ato de dialogar em si é política pura. Ser diplomático e ter comportamentos coerentes requer habilidades políticas e sobre comportamento humano.

O problema maior que vejo no cenário social e político brasileiro é que somos uma nação que valoriza os excessos e julga pelas divergências e não pelos pontos em comum. Estamos sempre na berlinda cuidando para não desagradar alguém, para não sermos rejeitados. E faço uma analogia da política com o Big Brother Brasil, que é uma experiência magnifica sobre comportamento humano, o que vemos são pessoas sendo rejeitados quando tem posição, quando argumentam e pensam e expõe suas ideias e filosofias, enquanto maus caracteres que roubam, dissimulam, mas não entram em confronto, nem sabem argumentar seus ideais vão sendo "absolvidos" no jogo do BBB e da vida!

Na política? Funciona igual, tomemos por bases os debates eleitorais para a última eleição, nenhum candidato se expões, fala de suas convicções políticas, sociais e nem sobre temas controversos e que vai desagradar "eleitores". Somos uma nação de crianças que não consegue aceitar "cortes" e "algum sofrimento" em virtude de um bem maior. Que não sabe cortar na carne, segurar o orçamento, economizar e administrar seu tempo, seu dinheiro, não sabe planejar ações para se tornar gente grande. Só sabe espernear como bebês quando fazem caca, ou estão com fome. E estou fazendo analogias que servem para todas as classes sociais, sem exceção. Já falei que o comportamento de políticos brasileiros é um reflexo do comportamento de nós brasileiros. Então gente chega de ficar gemendo e chorando, vamos fazer a nossa parte pra "crescer" como pessoas, como país!

Vamos estudar mais, trabalhar mais, economizar mais, ser mais criativos, nos envolver mais em política, vamos nos tornar mais responsáveis pela nossa própria vida. Só teremos um governo melhor quando sim formos mais éticos e responsáveis com a gente mesmo e com os outros, chega de ficar empurrando a adolescência com a barriga! É tempo de amadurecer!

18.2.15

Clube do livro do Armazém K

Isto mesmo, teremos pelo menos um clube do livro no armazém K! Como vai funcionar? Simples é só chegar dia 10 de março, às 18h no Armazém K, com o primeiro livro que neste caso é uma sugestão imposta, mas precisamos ter um ponto de partida: A mulher de trinta anos de Honoré de Balzac.

Tá e o que eu vou ganhar com isso? Só pela tua presença um espresso é cortesia da casa, e não é qualquer espresso, é simplesmente o melhor de Novo Hamburgo. E 10% de desconto em tudo que for consumido neste dia no Armazém K. Além de poder partilhar tua visão sobre o livro, com outras pessoas que também o leram, e tem visão de mundo diferente da tua.

Mas conta aí Kelen, como surgiu essa ideia? Assisti o filme: O clube de leitura de Jane Austen,(coloquei o trailer ali em baixo) alguns anos atrás e o revi muitassss vezes, e a ideia de formar um clube de leitura já passou diversas vezes pela minha cabeça desde então, mas só agora com o Armazém K, sendo o ponto de encontro e o elo entre os leitores, estou podendo colocar ela em pratica.

Eu comprei o meu livro na livraria Letras e Cia, ali no Novo Shopping, numa versão de bolso da L&PM, a editora disponibiliza o livro para compra on-line no link: http://www.lpm.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=636453&ID=921131

e a versão e-book:  http://www.lpm.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=636453&ID=526350

Se gostou da nossa ideia, mas não conseguiu ler o livro venha igual ao nosso encontro e nos ajude a escolher qual será o próximo livro que vamos ler e partilhar!
Esperamos por vocês dia 10 de março de 2015 às 18hrs no Armazém K, que fica na rua almirante Barroso, 17, centro, Novo Hamburgo.


4.2.15

Pronta?

Eu sei que estou pronta pra um relacionamento, mas e daí? Um relacionamento não é feito de uma pessoa apenas. É preciso ter dois corpos e duas almas envolvidas. E se aprendi algo com meus relacionamentos anteriores é que não basta ter disposição e sentimento. De boas intenções o inferno tá cheio. Eu não quero alguém que queira se relacionar comigo, eu quero alguém que se relacione comigo. Que já tenha tratado suas dores e perdas. Preciso de alguém que entenda que relacionamento é paz sim, mas é sofrimento também. Que não há paz sem guerras, sem guerras internas, sem escolhas, sem arrependimentos e sem culpas.
Quero alguém que tope a parte boa e aceite com coragem e peito aberto todos os mal entendidos, todo o medo do fim, porque sim todo relacionamento tem final, mesmo que dure pra sempre.


sobre a necessidade de escrever (entender)

Preciso escrever,
preciso escrever pra entender a dor,
pra suportar a dor;

Preciso escrever pra cutucar na ferida
pra colocar remédio lá dentro,
lá no fundo, onde nem marcas haviam;

Preciso escrever
pra que a ferida cicatrize de dentro pra fora,
vire lembrança, lembrança de guerra.

Preciso escrever
pra acelerar o tempo de cura,
pra sentir orgulho do processo e da cicatriz

Preciso escrever
pra viver, viver em busca de paz




3.2.15

Querer gostar

Eu comecei a pensar sobre o que aconteceu e percebi que estou sendo egoísta. Eu não tenho certeza se quero ficar com ele, então porque ele precisa ter?

- Tu quer?
- Eu quero querer.

Eu estava repetindo os mesmos erros do passado. E talvez seja essa a lição que eu deva tirar desse história. Que não dá pra ter certeza, que a carreta tem que ficar atrás dos bois e não na frente. E que assinar contrato antes não altera a ordem dos fatores. Pra viver a vida é preciso haver dúvidas e é preciso de tempo para amadurecer os sentimentos.

- Tu gosta dele?
- Eu não sei até que ponto gosto dele, ou gostava de estar com ele, gostava de quem eu me tornava quando estava com ele. Sinto falta disso.

 Mas será que isso é amor? Mas e se não for? Pensei que ele estivesse sendo leviano comigo, acho que na realidade eu é quem estava sendo leviana com nós dois.

29.1.15

Como não se envolver?

Aí tu demora uns 4 anos pra deixar alguém entrar, literalmente entrar na tua vida, te permite sonhar de novo, começa a acreditar em sonhos antigos de novo. Aí tu fica o tempo todo te perguntando se é mesmo verdade o que está acontecendo e tudo que é dito, cada olhar, cada toque te fazem acreditar fielmente que tu pode confiar. Que vocês tem sinergia, que acreditam na simplicidade da vida, que parecem levar a vida da mesma forma leve.

Aí tu abre a janela, a porta, os braços, os abraços, o corpo, a alma e o coração. Daí sem meias palavras, sem nenhum cuidado, nenhum aviso toda a conexão vai pelo ralo, e todos os novos sonhos, os novos planos derretem. E o que fica é a certeza que apesar da dor, e da raiva que sinto não vou parar de buscar a minha felicidade.

É claro que ela não depende de outra pessoa, mas que seria mais fácil ah isso seria.